Mais sobre o Shakhtar, histórico sob as mãos de técnico romeno

O Skahtar Donetsk foi um, dentre 4 times, que entrou em evidência nessa semana decisiva da Champions League. Eliminou a Roma e garantiu presença pela primeira vez nas quartas-de-final da competição. Pois tal proeza não caiu do céu. Um dos responsáveis por esse sucesso do time laranja e preto é o técnico romeno Mircea Lucescu, desde 2004 no clube de Donetsk. Seu trabalho vem sendo feito dentro de um projeto a longo-prazo. Muitos dos atuais jogadores vem com o técnico e com o Shakhtar há um bom tempo, coisa necessária para um time com pretensões grandes. O entrosamento, no entanto, é o grande gerador de sucesso, aliado à algumas peças contratadas para reforçar ainda mais o forte plantel.

Mircea Lucescu venceu a Supercopa da UEFA em 2000, com o Galatasaray e a Copa da UEFA 2008/09 com seu mesmo Shakhtar, feitos que reforçaram seu rótulo de treinador vitorioso com times modestos. Com o próprio Galatasaray, com quem venceu a Supercopa da UEFA, foi quadri-finalista da Champions 2000/01, e com o Besiktas foi também quadri-finalista, mas desta vez na Copa da UEFA 2002/03. Agora, com o Shakhtar, Lucescu alcança a façanha que alcançou com o Galtasaray, há 9 temporadas. É mole!

Ainda foi vitorioso, mas não com tanto êxito, quando treinou o Brescia, o Rapid Bucuresti e o Dinamo Bucuresti, este último com o qual sua história está ligada. Como atacante, na década de 70 e 80, Mircea ajudou o Dinamo a triunfar em 6 campeonatos romenos, no entanto, foi fundemental para 6 vezes que tal equipe disputou a Champions, as quais listo mais abaixo, tudo bem que como coadjuvante. Em competições europeias, contudo, Lucescu fez 15 jogos e 3 gols.

Por sua pátria, disputou a Copa de 1970. Os mais antigos devem se lembrar daquele Brasil 3 x 2 Romênia, no Jalisco, onde Lucescu fazia trio de ataque com Neagu e Dumitache, autor de 1 gol naquela peleja, correspondente à fase de grupos, que ainda contava com Tchecoslováquia e e Inglaterra.

Vezes que Lucescu jogou a Champions como atleta:

Liga dos Campeões 1963/64:
Dinamo Bucuresti 1 x 0 Carl Zeiss Jena(ALE)
Dinamo Bucuresti 2 x 0 Carl Zeiss Jena
Dinamo Bucuresti 1 x 3 Real Madrid
Dinamo Bucuresti 3 x 5 Real Madrid

Liga dos Campeões 1964/65:
Dinamo Bucuresti 2 x 0 Slierna Wanderers(POL)
Dinamo Bucurest 5 x 0 Slierna Wanderers
Dinamo Bucuresti 0 x 5 Internazionale
Dinamo Bucuresti 0 x 1 Internazionale

Liga dos Campeões 1971/72:
Dinamo Bucuresti 0 x 0 Spartak Trnava(SER)
Dinamo Bucuresti 2 x 2 Spartak Trnava
Dinamo Bucuresti 0 x 3 Feyenoord
Dinamo Bucuresti 0 x 2 Feyenoord

Liga dos Campeões 1973/74
Dinamo Bucuresti 1 x 0 Crusaders(IRN)
Dinamo Bucuresti 11 x 0 Crusaders
Dinamo Bucuresti 0 x 2 Atlético de Madrid
Dinamo Bucuresti 2 x 2 Atlético de Madrid

Liga dos Campeões 1977/78
Dinamo Bucuresti 2 x 1 Atlético de Madrid
Dinamo Bucuresti 0 x 2 Atlético de Madrid

Dynamo Kiev e Schevchenko em busca de um título que não possuem

Andryi Schevchenko tem mais títulos relevantes em sua carreira do que o Dynamo Kiev em sua história. O atacante ucraniano tem um Champions e uma Supercopa Europeia, só em seu tempo de Milan. Enquanto isso, o clube de Kiev se contenta com duas Recopas e 1 Supercopa Europeias.

O título em comum que lhes faltam é a Copa da Uefa, atual Europa League.

Hoje, o Dynamo, em casa, fez 2 x 0 em um dos favoritos ao título, o Manchester City, e encaminha sua classificação às quartas da competição. O primeiro tento foi de Schevchenko, seu tento mais importante, dentre 13, desde sua volta, em 2009, ao time que o revelou.

Ainda há chances de o City avançar, mas para Schevchenko, eliminar o time de Manchester, brigar pelo título e, hipoteticamente, conquistá-lo é a melhor coisa que pode acontecer ao lendário avante a alguns anos de anunciar sua aposentdoria, visto que dificilmente voltará a um clube de ponta na Europa e seu atual time voltará a disputar um título de primeiro nível. Essa é a grande chance.

E a Ucrânia, dentro de suas limitações, nesta temporada, vai muito bem em competições europeias.

Spurs deixam arquirrival com inveja. E Gelsenkirchen delira

A cidade de Milão realmente ficará com um trauma eterno do Tottenham. Desta vez, o Milan foi a vítima e, pelo menos, escapou do avassalador Gareth Bale, carrasco da Internazionale na primeira fase, que só jogou alguns instantes do 0 x 0 de hoje, em White Hart Lane. Os Spurs se classificaram, apesar de não terem feito um bom jogo hoje, com méritos. Algo que seu arquirriva de Londres, Arsenal, eliminado pelo Barcelona, passou longe de ter nessa Champions. E já que mencionei os Gunners, aproveito para informar que desde a Premier League 1994/95, o Tottenham não se sobressaia de seu grande rival, quando ficou em sétimo e viu o Arsenal ficar em décimo. Dependerá do sorteio da próxima sexta-feira para refletirmos se a equipe de Harry Redknaap terá chances reais de chegar à semi-final da Liga. É algo que está longe de ser impossível, até pelo fato de a moral dos atletas, entre eles do brasileiro Sandro, subir de forma estrondosa após eliminar um time do calibre do Milan.

Enquanto a cidade Dortmund vira copos e copos de cerveja pelo sucesso do Borussia na Bundesliga, Gelsenkirchen, vizinha de Dortmund, também também encontra motivos para rir à toa com o Schalke 04, que apesar de estar mal no Alemão, é finalista da Copa da Alemanha e, agora, quadri-finalista da Champions, após uma vitória dramática sobre o Valencia, com Jefferson Farfán, interessante meia, em uma noite inspiradora, assim como estava o jovem Gavranovic. O Schalke chega às quartas da Champions pela terceira vez em sua história, a mais recente há 3 temporadas, quando foi eliminado pelo Chelsea, tentando não ter o mesmo azar que teve naquela ocasião ao enfrentar e cair fora diante dos Blues londrinos. A equipe de Raúl só terá a verdadeira noção de que chegar à uma inédita semi-final será quase impossível ou não depois que o sorteio dos duelos ocorrer. A princípio, já fez muito em chegar até onde chegou.

Massacres de Barça e Shakhtar abrem semana decisiva da Champions

Não vou falar demais sobre a arbitragem do jogo Barcelona e Arsenal. Foi polêmica, de fato, e deixou dúvidas no ar. Mas daí dizer que o jogo mudou por causa da expulsão de Robin van Persie, no começo da segunda etapa, não é a melhor coisa a ser feita. O relevante de hoje é o que o Barcelona vem sendo capaz de fazer e que não há complô da UEFA para o Barça perder ou ganhar. É claro que o suíço Masimo Busacca poderia ter sido menos rigoroso neste lance, especificamente, mas o Barça chega às quartas de forma merecida e o Arsenal é despachado mais uma vez da Champions, apesar de eu ter notado uma ligeira evolução dos Gunners em relação ao ano passado.

Destaques para Messi, para variar, para Abidal, cada vez mais seguro na defesa, e especialmente a Mascherano, que não tomou cartão amarelo, estava mais solto e ainda salvou os catalães em um dos últimos lances do jogo.

Quem também foi despachado foi a Roma, no mesmo dia em que a mesma Roma anunciou a rescisão de contrato de Adriano, um estorvo à parte, que não merece mais comentários. Méritos todos ao Shakhtar Donetsk, quadri-finalista surpreendente, mas que tem um time recheado de brasileiros, bem treinado por Mircea Lucescu e promissor para a sequência da Champions. Esboça repetir os feitos do Dynamo de Kyiv, de Schevchenko.

Torcida apaixonada é orgulho de nanico da Premier League

É sabido que na Inglaterra quase não há torcedor que abandone seu time, independentemente da situação em que ele se encontrar. A torcida do Blackpool, time modesto, para não dizer pequeno, faz parte dessa lista.

Hoje, no estádio Blooemfield Road, os Tangerines receberam o todo poderoso Chelsea e apanharam de 3 x 1, como a teoria indicava. O detalhe fica para a lealdade da torcida do time laranja que, mesmo com o placar apontando 3 x 0 contra, cantavam e vibravam sob um frio de 2 graus, com o objetivo de empurrarem seu time de coração em busca de um único golzinho. A recompensa viria momentos depois, com o tento de Puncheon, já no final da segunda etapa.

O Blackpool tem uma das menores médias de público da Premier League, mas........ não se assuste, isso ocorre pois o Bloomfield Road é o menor estádio da primeira divsão, com capacidade para algo em torno de 16.000 pagantes. E em todas as rodadas há lotação quase máxima, com quase nenhum lugar disponível.

Hoje, portanto, não foi diferente. O Blackpool, que luta desesperadamente contra o rebaixamento, tinha desfalques para a partida contra o Chelsea e, mesmo assim, a apaixonada torcida compareceu por atacado e empurrou como pôde sua equipe, ainda que no fundo soubessem que uma heroica vitoria seria praticamente impossível.

A torcida inglesa, se nunca falei isso antes por aqui, é o modelo para o mundo. É claro que há países como o nosso em que se torna cada vez mais perigoso frequentar um estádio, porém, o que está em questão é a fieldade e o amor dos fãs. Algo monstruoso, apesar de nunca ter testemunhado tal. Algo que motiva qualquer atleta e técnico, no caso Ian Holloway, sempre com sua simpática gravata laranja, que ressaltou sua surpresa com tamanho fanatismo depois de chegar ao Blackpool em maio de 2009.

Projeção da próxima Champions, baseado no coeficiente da UEFA

Como vocês estão carecas de saber, sempre projeto como será a próxima UEFA Champions League, à medida que os campeonatos nacionais da Europa vão chegando à sua reta final, como é o caso. Abaixo, de acordo com o coeficiente da UEFA, indico os times que hoje estariam garantindo presença na fase de grupos da Liga da próxima temporada, a fim de vocês terem ideia de como andam os torneios locais:

Inglaterra: Manchester United, Arsenal e Manchester City

Espanha: Barcelona, Real Madrid e Valencia

Itália: Milan, Internazionale e Napoli

Alemanha: Borussia Dortmund e Bayer Leverkusen

França: Lille e Rennes

Ucrânia: Shakhtar Donetsk

Rússia: Zenit e CSKA Moscow

Portugal: Porto

Turquia: Trabzonspor

Holanda: PSV

Grécia: Olympiakos

Dinamarca: Copenhagen

Romênia: Galati

Bélgica: Racing Genk

Escócia: Celtic

Daqui a algumas semanas voltarei a fazer esse levantamento e analisarei as mudanças que naturalmente virão a ocorrer. *Zenit e CSKA já estão garantidos na próxima fase de grupos da Champions, devido ao fato do Campeonato Russo já ter terminado.

Após gigante desafio, líder do Francês tem cara de campeão

Já escrevi neste espaço sobre o Lille, acho que há 2 meses atrás, quando era líder francês, mas sem muita expectativa de título, já que o campeonato local ainda vivia seus primeiro atos e dado que Lyon e Oympique de Marseille ainda ressucitariam a ponto de atropelarem a quem estivesse no caminho.

Hoje a história é a mesma, o Lille é o líder e Lyon e Marseille aparecem no retrovisor. Mas o que está em questão é a aparência de que os Dogs realmente estão prontos para seu terceiro título nacional. A prova disso foi a vitória, ontem, no Velódrome, sobre o Marseille, por 2 x 1. Vitória fundamental e convincente. Um 4-1-4-1 montado pelo técnico Rudi García funcionou especialmnte no primeiro tempo, quando o Olympique sofreu muito para jogar pelo meio e chegar ao ataque, com Andre Ayew, Lucho Gonzales e Brandão, mesma deficiência que ocorreu na partida de ida das oitavas da Champions diante do Manchester United, 0 x 0.

No segundo tempo, as ações se equilibraram até que o Lille sofreu o primeiro tento, nada que o abalasse tanto a ponto de não achar mais o caminho do gol. Nos acréscimos, depois de várias tentativas, o gol da merecida vitória veio dos pés de Frau. Justiça ao líder com, cada vez mais, cara de campeão, apesar da pouca diferença que o separa dos concorrentes, dentre eles o supreendente Rennes, vivo na briga por uma vaga na próxima Champions League, visto que o título é algo para gente grande.

Na importante vitória do Lille, não há como não destacar o meia belga Éden Hazard, autor do primeiro gol do jogo, por sinal um golaço, do meio da rua, no ângulo. Lisongeado pelas comparações com Cristiano Ronaldo e Messi, pela facilidade de driblar e passar, e pela declaração de Zidane que o levaria de olhos fechados ao Real Madrid, Hazard foi o primeiro estrangeiro a vencer o extinto prêmio de jogador jovem da francesa União Nacional dos Futebolistas Profissionais e também o primeiro a conquistar a dobradinha deste mesmo troféu. Na Ligue 1 tem 4 gols e 6 assistências, além de ter colaborado muito com os 17 gols do avante francês Moussa Sow, tais que o fazem artilheiro do certame, e com o Lille, em geral, que ruma ao título da temporada, com muitos méritos.

Van Gaal balança e seu Bayern abre alas para um surpreendente Hannover

Louis Van Gaal balança no comando do Bayern de Munique como nunca antes balançou. São 3 derrotas seguidas, algo que nunca conteceu na era do técnico holandês.

Na semana que vem, haverá o confronto de volta contra a Internazionale, na Allianz Arena, jogo que pode dar uma sobrevida a Van Gaal. Mas é certo que amanhã uma reunião entre direção e comissão técnica do Bayern definirá o futuro do time alemão.

Ontem, a derrota em questão, que aumentou de vez uma crise, se é assim que podemos denominar, foi contra o Hannover 96, surpreendente terceiro colocado da Bundesliga. Forte em casa e osso duro de ser roído em qualquer campo, o time de Hannover faz uma temporada, sob o comando do técnico ex-Schalke 04, Mirko Slomka e que tem como referênca o atacante norueguês Mohammed Abdellaoue, que nunca antes fez. Em 25 pelejas, são 47 pontos que vão dando à equipe, por enquanto, a chance e chegar aos play-offs da UEFA Champions League, desbancando o Bayern de Munique, que hoje estaria apenas garantindo uma insossa vaguinha na próxima Europa League. Detalhe: a final da próxima Champions será na Allianz Arena, ou seja, é mais um fator que deixa a hipotética ausência dos bávaros na próxima Liga inadmissível.